Após um dia longo de trabalho, o repositor de estoque Durval Teófilo Filho, de 38 anos, voltava para casa apressado para tentar encontrar a filha, de 6 anos, ainda acordada. Já era 22h50. A menina não abria mão de ouvir uma história contada pelo pai todas as noites.
A poucos passos do portão do condomínio em São Gonçalo, onde a família mora, o inconcebível aconteceu. Ele foi baleado por um vizinho, que diz tê-lo confundido com um assaltante. O sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra deu três tiros em direção a Durval de dentro do carro.
"Ele ainda atirou depois de meu marido se identificar. Ele não deu chance de defesa. Meu marido sempre andava com a mochila na frente porque tinha medo de assalto. Então, quando ele chegou, foi pegar a chave do portão na mochila e atiraram nele. Ele pediu para parar e foi alvejado mesmo assim", contou a viúva, Luziane Teófilo.
Fonte: Folha PE
Militar mata vizinho ao confundi-lo com ladrão no Rio de Janeiro - Folha PE
Na opinião dela, houve racismo na morte do marido: "Ele morreu porque era preto. É fácil atirar em um preto mexendo na mochila porque é preto, logo é suspeito. Se fosse um branco, nunca que aconteceria isso. Ninguém atira em um branco mexendo na mochila. Ele vai dizer que não, mas atirou porque era um preto, porque era fácil."