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Com fim de política de contenção, argentinos reclamam de falta de produtos e alta de preços
16/12/2023 07:31 em Economia

Reposição das gôndolas traz aumentos bem acima dos que o argentino acabou se habituando; consumidor cria estratégias para controlar o orçamento.

O portenho é um povo noturno, isso muita gente sabe. E esse hábito se reflete na hora das compras: o pico das filas nos grandes supermercados acontece depois das 20h. E elas são comuns, porque outro hábito fácil de se notar em Buenos Aires é que são compras pequenas, quase diárias. Nada da “compra do mês” brasileira, herança dos tempos da hiperinflação.

Esse foi o horário que a reportagem escolheu para fazer compras num hipermercado da região de Palermo, bairro de classe média alta da capital argentina, na quarta-feira (13). As filas estavam lá, mas com alguns carrinhos mais recheados que de costume.

Cerca de 24 horas antes, o ministro da Economia, Luiz Caputo, anunciava o primeiro pacote de medidas do governo de Javier Milei. Além de fixar o câmbio oficial em 800 pesos por US$ 1 e eliminar os subsídios ao transporte e à energia elétrica, acabou a política “precios justos”, o programa de acordo de preços que a gestão do ex-presidente Alberto Fernández fazia com fornecedores e varejistas para minimizar os efeitos da inflação.

A última negociação, feita pelo ex-ministro da Economia Sergio Massa, previa alta de até 12% em novembro e mais 8% em dezembro para uma lista de produtos que inclui alimentos, medicamentos e itens de higiene e limpeza. Com preços liberados, o varejo espera repasses de 30% a 100% a medida em que os estoques das lojas forem repostos.

“Os preços sobem muito há muito tempo e estão subindo ainda mais agora, está uma loucura. Estou fazendo compras maiores, aproveitando as promoções para estocar”, afirma Mariana Perez, funcionária pública em Buenos Aires.

Mas a ideia de estocar não é estratégia unânime. Depende, claro, de tempo disponível para buscar os melhores preços e dinheiro no bolso.

A dona de casa Mônica Aparicia trocou as compras quinzenais por idas mais frequentes ao mercado. Deixou a fidelidade a uma determinada rede de lado e passou a ir a lojas diversas a cada dois dias.

Eu sinto que os preços subiram mais nos últimos dias e algumas marcas estão mais difíceis de encontrar”, conta, comemorando um achado: “O leite que estou levando está 600 pesos cada. Paguei 1700 na segunda-feira em outro mercado”.

Fonte: CNN BRASIL

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